domingo, 1 de agosto de 2010

Marchetaria: pinturas feitas com a madeira

Técnica utiliza madeira desprezada pela indústria, além de dar uma oportunidade de profissionalização de jovens carentes.

Luca Harzög* – Abrajet/Acre

Qual é o nome da técnica que o dicionário define como a arte milenar de cortar e encaixar materiais, como a madeira e pedras preciosas? Se você respondeu marchetaria, acertou. Surgida há milhares de anos – o registro mais antigo desta técnica remonta cerca de três mil anos – teve nos gregos o seu principal expoente durante a antiguidade. Ela sobrevive ainda hoje e na Expoacre pode-se apreciar os trabalhos em marchetaria de Maqueson Pereira da Silva, o grande expoente desta arte na atualidade.

A técnica consiste no aproveitamento das formas e cores da madeira. Por isso, o grande diferencial é o aproveitamento de material que é desprezado pela indústria moveleira: galhos retorcidos, pedaços com imperfeições e raízes são um prato cheio para a criatividade e talento do artista. Dessa forma, são criados quadros, estampas de baús, marcadores de páginas e portas-cartões. Tudo isso sem utilizar sequer uma única gota de tinta: as cores são das próprias madeiras e são combinadas de acordo com a cor que se deseja na imagem.

De acordo com Edimilton, assistente administrativo de Maqueson, o artista conheceu a técnica quando era seminarista no Sul do Brasil. Ao deixar o seminário, ele continuou seus estudos em marchetaria até que ele defende na Alemanha sua tese de mestrado em marchetaria. No decorrer de sua vida, o artista já realizou exposições em Santa Catarina, Rio de Janeiro e em diversas embaixadas.

Seus trabalhos são encontrados no aeroporto internacional de Cruzeiro do Sul, no Tribunal de Justiça, no teatro Plácido de Castro e na Assembléia Legislativa do Acre, em Rio Branco e na sala da presidência do Basa em Belém-PA. Atualmente, Maqueson vive em Cruzeiro do Sul, onde dirige um ateliê de marchetaria dedicado ao resgate e transmissão da arte. Para isto, ele conta com aprendizes da arte.

O ateliê tem uma função social importante para Cruzeiro do Sul, pois os aprendizes são jovens de baixa renda que estão concluindo o Ensino Médio. Dessa forma, além de preservar a arte milenar, o artista dá aos jovens a oportunidade de se profissionalizarem numa arte muito valorizada. Aos interessados em adquirir os trabalhos deste artista, poderão entrar em contato pelo telefone (68) 3322-6206 ou pelo site www.maquesonmarchetaria.com.

*Aluno do 5º período de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Acre – Ufac

Fotos: Adonay Melo/Amazonphotos

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